quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ALDRAVIA

Poesia
tem
alma
vida
tem
poesia

sábado, 19 de novembro de 2011

seis palavras

água

fria

doce

salgada

enamorada

devotada



consagrada


em


vinho


branco


batizada


água

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O fio

Linha
costura ideias conceitos

Pincel
pinta cores quentes frias

Revela figura
desenha TRI
/
__ângulo

Sentido da vida

Linha

do A-M-O-R

domingo, 18 de setembro de 2011

GINETE


GINETE Izabel Eri Camargo



Montada no tordilho com uma sela nova, amarelinha, sentia-me poderosa. Aprendi a lida do campo, corria pelas campinas. O ano passado, visitei uma fazenda e disse para meu primo que sentia saudades de cavalgar. Ele convidou-me para fazer uma campeiragem, Aparelhou um cavalo para mim e disse:
¬ O cavalo é manso, podes passear por perto da casa, porque eu vou reunir as ovelhas e dar sal para o gado, depois venho para irmos ver a tropa de bois, no outro campo.
Pensei: andar sozinha perto da casa não tem muito a ver, então disse:
¬ Eu gostaria de ir contigo agora, posso?
¬ Será que consegues galopar? Eu preciso andar rápido, vou levar o gado para o rodeio.
Criei coragem, lembrei-me do passado e arrisquei, dizendo:
¬ Acredito que sim.
Segurei-me nas crinas e montei no cavalo baio. Eu e José saímos a trote, um ao lado do outro, conversando. Ele abriu a porteira, entramos na invernada e encontramos, na baixada, o rebanho de ovelhas. Olhou-me e comentou:
¬ Estão as cinquenta, podemos continuar para reunir o gado.
Segui olhando tudo, enxerguei umas reses devon, outras charolês, extraviadas, pastando. Segui a trote, mas logo tive que galopar, para ajudar a reunir o gado e conduzir ao rodeio. José colocou sal nos cochos, conferiu a aparência dos animais e viu que estavam todos sãos. Convidou-me para retornar a casa e comentou alegre:
¬ Eu estava com medo que tu caísses do cavalo, mas enganei-me, és cavaleira!
¬ É... Faz anos que não monto, mas em criança ajudava a reunir o gado e levar para a mangueira no dia de marcar e de vacinar.
Seguimos jogando conversa fora, passamos por dentro de um riozinho onde os cavalos beberam água.
Chegamos a casa, apeei do cavalinho baio, com as pernas duras, encarangadas; fiz um alongamento e entrei pela cozinha. Senti um cheiro de dar água na boca. Ao meio dia, almoçamos um churrasquinho com carne assada no forno. Uma delícia!
Falamos das recordações do tempo de criança e das minhas andanças no cavalo tordilho-marchador. Conversa descontraída, cheia de brincadeiras sobre a minha atual façanha. Domingo, ao final da tarde, embarquei no meu carro, cheguei à cidade mais rápido do que se andasse a galope.
Os tradicionalistas ficaram sabendo da cavalgada e me convidaram para o desfile de vinte de setembro –“ Dia do gaúcho”. Aceitei. Vesti-me a rigor; vestido de prenda, com modelo desenhado para tapar a anca do cavalo.
Entregaram-me um potro malacara, pelas rédeas - um lunático de Carlos Gardel. Percebi que era redomão, tentei agradá-lo, passei a mão no pelo, falei mansinho. Difícil! O bicho mirava-me de soslaio. Ligeiro de patas! Tentei montar sem medo; firmei as rédeas, segurei-me nas crinas, coloquei o pé no estribo e, quando alcei a perna, o potro negou-se; derrubou-me!
Levantei-me com as rédeas na mão e saí andando, troquei o cavalo pelo carro alegórico. O motorista era domador, montou o potro. Eu dirigi o carro, no qual a cuia passava de mão em mão; a música e o canto do Negrinho do Pastoreio causavam delírio no povo. A ressonância dos aplausos fazia-me acreditar na beleza da indumentária e na garra da gauchada. Ao final do desfile, cantando Prenda Minha, com o coração desgovernado, ouvi o anúncio do primeiro lugar para meu carro alegórico. Fui ao palanque. Recebi o prêmio. Declamei um poema gauderio em homenagem ao ginete.

Os raios de sol
aquecem o camponês
dizem a hora.



domingo, 31 de julho de 2011

Um cálice de vinho

Algumas entidades culturais de Porto Alegre costumam oferecer palestras abertas ao público. Não sinto inveja do trabalho de médicos, mas, quando tomo conhecimento de que o palestrante é um famoso, estou lá. Uma das palestras que assisti, para minha surpresa, era direcionada a pessoas de terceira idade. O assunto principal foi sobre a bebida mais charmosa de todas - o vinho.
O palestrante destacou a importância de ingerir-se um cálice de vinho tinto ao dia, isto para adultos maduros, com uso moderado – até 100 ml, porém, sem receita médica. Para ilustrar sua fala, fez breve histórico sobre a bebida. Chamou atenção da plateia, dizendo que na antiguidade, o vinho teve um papel importante na evolução da medicina. Os papiros do Egito antigo traziam receitas baseadas em vinho. O grego Hipócrates, pai da medicina, “cerca de 450 a.C.”, recomendava o vinho como desinfetante e parte de uma dieta saudável. No século II d.C., Galeno, famoso médico da Roma antiga, empregava o vinho na cura de feridas dos gladiadores.
Lembrei-me de que no Século XI, na Universidade de Salermo (Itália), a importância do vinho sobre a dieta foi codificada. O uso medicinal do vinho continuou por toda a Idade Média e, até o século XIII, de acordo com a lenda de Heidelberg, na Alemanha, era mais seguro beber vinho do que água. A curiosidade brilhou nos olhos da plateia e o médico retrocedeu para explicar a origem do vinho. Perguntou se alguém lembrava da história, então eu complementei, dizendo que os gregos associaram a figura do vinho a um Deus. Informei que Dionísio, filho de Zeus, era o Deus do vinho. Comentei que, na entrada da caverna, onde ele viveu, havia uma vinha. Dionísio era ainda adolescente, quando espremeu os cachos de uva maduros e bebeu. O jovem ficou impregnado de grande alegria ao perceber que o líquido espantava a fadiga, alegrava e fazia desaparecer os problemas. Neste momento foi inventado o vinho. A euforia foi tanta que Dionísio saiu pelo mundo ensinando a cultura da vinha e a arte de preparar o vinho.
Continuei falando sobre história, pois a chamada bebida dos deuses estava presente nas cerimônias religiosas. Embora o vinho tenha sido produzido por Brás Cubas no ano de 1551, em São Paulo, foram os colonos italianos extremamente religiosos que trouxeram para o Brasil, não só a sua fé, mas a preciosa arte de fazer o vinho. O carismático médico prosseguiu, explicando o misterio de dois elementos contidos no vinho tinto – o resveratrol e os flavonóides. Informou que o resveratrol elimina as plaquetas que provocam coágulos e entopem as arterias; os flavonóides são antioxidantes, inibem a formação de radicais livres que deixam o organismo mais vulnerável a patologias. Afirmou que o importante no vinho tinto é a presença dos elementos acima e não a do álcool. Alguém lembrou da celebração que os amigos fazem, quando erguem uma taça de vinho, dizendo: ‘ a saúde!’ Perguntei: “e as pessoas proibidas pelos médicos de ingerir bebida alcoólica devido a alguma patologia? E a Lei de Tolerância Zero?” Foi aquele alvoroço na sala. Pensei no jeitinho brasileiro, no bom sentido, é claro; e busquei alternativas. Se o importante no vinho é a uva e não o álcool, porque não beber o suco de uva? Acredito que a alegria não seja a mesma, mas o efeito medicinal deve ser idêntico. O médico concordou comigo e teceu um comentário a respeito disso.
Diz-se que ‘o vinho bom alegra o coração do homem’. Que tal intertextualizar: – O suco de uva bom alegra o coração do homem, também. Manifestaram-se escritores e poetas, destacando a ligação fantástica entre vinho e literatura. Eles referiram-se ao vinho com os adjetivos mais delicados possíveis – aroma penetrante, sabor frutado, cor cristalina, gosto aveludado.
No Rio Grande do Sul, a literatura e o vinho encontraram uma forma especial de convivência, através do Concurso Nacional de Poesias sobre o Vinho, promovido pela Universidade de Caxias do Sul. A maior poesia está nas cantinas da Serra Gaúcha, como as de Bento Gonçalves, de Caxias do Sul, de Garibaldi, de Flores da Cunha, entre outras. É lá que os poetas preparam a fonte de inspiração para que outros escrevam. Mário Quintana diz em um dos seus poemas:
“Mudaste muitas vezes de pensamento, mas nunca de teu vinho predileto.”

Vamos levantar a taça?

A saúde do vinho gaúcho!


terça-feira, 10 de maio de 2011

Poesia

Ella es ....

Nostalgia
lindo ruido
Belleza que nadie ve
Golpea en la puerta dolorida
Del corazón de quien cree
Todo es nostalgia en la vida
Ayer, hoy a las escondidas
Viviendo el amanecer
El pajarito en el nido
Cantando para revivir
Vuela infancia colorida
Se aloja para enaltecer
Nostalgia juguetea en el pecho
Va y viene furtiva
Canta, habla bien bajito
Y vuelve volando para el
NIDO!


sábado, 16 de abril de 2011

Justiça e Paz

Almejamos a paz na Terra, nos mundos, nos corações Nossa arma é o pensamento, a palavra, o sentimento Conectados no ar, clamamos por mais justiça. Somos comprometidos com a vida no universo Suplicamos aos gestores de cada canto do mundo consciência ecológica e sentimento de irmão. Ao arquiteto Maior pedimos restauração, das seqüelas que ficaram na matéria e na emoção. Por justiça verdadeira clama a alma-poeta É a vida infinita construindo outro tempo na mente do novo homem. A hora é de união perfeita no caminho da vitória contra a guerra que destrói contra a fome que escraviza contra a violência que mata. Queremos caminhos iluminados pela liberdade pela fraternidade pela justiça pela paz pela fé pela esperança pela felicidade pela estrela do amor.

Solenidade de Posse na AACLCA


sexta-feira, 1 de abril de 2011

POSSE - AACLCA

A ACADEMIA DE ARTES, CIÊNCIAS E LETRAS CASTRO ALVES convida V. Sa. e Digníssima Família para a Solenidade em Homenagem aos Acadêmicos: JOÃO JOSÉ D'AZEVEDO D'ASSUMPÇÃO e CONDORCET ARANHA; e de Posse dos Escritores: SRA. Izabel Eri Diehl de Camargo, Cadeira Nº. 08, Patrono: Antônio Carlos Gomes, como MEMBRO ACADÊMICO EFETIVO; e SR. PAULO Luís Pencarinha de Moraes, Pelotas/RS, Cadeira Nº 03, Patrono: Ramiro Barcellos; SR. ADEMIR ANTÔNIO BACCA, Bento Gonçalves/RS, Cadeira Nº 10, Patrono: Lobo da Costa; e, SRA. TEREZINHA ROSSAROLLA, Erechim /RS, Cadeira Nº. 17, Patronesse: Luciana de Abreu, como MEMBROS ACADÊMICOS CORRESPONDENTES. Alba Pires Ferreira Presidente Marinês Bonacina 1ª Vice-Presidente Ilda Maria Costa Brasil Secretária Data: 09 de Abril de 2011 Hora: 15 horas Local: Plenário Ana Terra, da Câmara Municipal de Porto Alegre/RS/Brasil, Avenida Loureiro da Silva, 255

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CELEBRAÇÃO


Barcos alinhados navegavam em águas serenas. Cristãos irmanados
entoavam canções de amor. Eles chegaram ao templo, por água e por terra.
Firmaram a fé, ao pedir e ao agradecer. Celebração falada e cantada causou
emoção. Das mãos levantadas bênçãos caíram. Navegantes brindaram com
flores de todas as cores.

In: O ROSTO DO OVO

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

LIVROS EM LIVRARIAS




IZABEL ERI CAMARGO Autora dos livros:
O ROSTO DO OVO - contos

FRONTEIRAS DO AMANHECER - contos

POÉTICA DO CORAÇÃO - poesia

PEQUENOS FRASCOS - haikais

A VOGAL E O HAIKAI - infantil

Livrarias:
Cultura, Saraiva, Palmarinca, Palavraria, Padre Reus...

POESIAS VIAJANTES ( edição esgotada)

DOENÇA DE ALZHEIMER- um testemunho pela preservação da vida (edição esgotada)

Nota: algumas páginas podem ser lidas no Google.